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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Moda do Brasil x Europa

Desde cedo, a Europa foi conotada mundialmente como o principal continente criador de moda e estilo. Marcas como Chanel, Gucci, Prada, Valentino, YSL, imortalizaram o continente na perspectiva de criação de moda com conceito único e de exclusividade. De facto, mesmo quando falamos de indústria, a Europa foi a pioneira em fast fashion com o Grupo INDITEX (Zara, Massimo Dutti, Pull & Bear, Stradivarius, Bershka, Kiddy’s Class e Oysho) a liderar primeiramente essa grande fasquia de mercado disponível nos anos 90. Hoje em dia grupos semelhantes como a H&M disputam e vencem a luta por um lugar destacado no mercado global.
Mas, e será a Europa ainda a pioneira?
Em minha opinião não…
Analisando todos os mercados emergentes, o Brasil na indústria de moda destaca-se bastante da Europa, que no momento está saturada criativamente, e que ficou viciada com as influências orientais quer na mão de obra, quer no processo de cópias das grande marcas mundiais. De facto, é com alguma relutância, que os criadores de moda como eu vêem as empresas a adoptar o processo de cópia cada vez mais confuso e com uma linha condutora (quando falamos em colecção global) muito arriscada e com possibilidade de perder terreno face a mercados mais criativos e com características únicas como é o caso do Brasil.
Pela sua cultura e economia, o Brasil foi criando processos e formas de contornar crises económicas, tornou-se criativo, empreendedor e atento a todas as ferramentas que iriam permitir impulsionar o país no têxtil. Uma das principais diferenças que encontro é a nível de marketing de moda, o país percebeu que todos os avanços dos EUA nesse campo seriam muito importantes para cativar a atenção do consumidor que até então não via a moda nacional como algo inovador. O surgimento de nomes como Lino Villaventura, abriram caminho para um novo mercado, o dos criadores de moda com colecção própria. Seguiram-se as criações das semanas de moda, inicialmente inspiradas no modelo europeu mas hoje já com sua identidade própria e referência internacional bem vincada.
Hoje, olhando globalmente para a moda brasileira, a única coisa que não permite que ela se espalhe mundialmente são os custos de exportação, como digo muitas vezes: “Europa consome oriente, oriente tem apenas baixo custo de mão-de-obra e o Brasil além disso tem o bom gosto associado”. Muitos criadores europeus estão procurando as marcas brasileiras, com identidade própria ao nível de estratégia comercial e gestão de marca para se inspirarem e retirarem informações para ajuda nas colecções próprias.
Cada vez mais o Brasil se está distanciando da Europa em relação à moda, a autonomia existente neste momento e a percentagem de consumo interno mostra cada vez mais que a moda se tornou credível para o consumidor, e são raras as excepções de europeus que passam férias no Brasil e que não trazem uma mala cheia de roupa e acessórios diferentes do que existe de oferta na Europa. Acaba por ser o Europeu o primeiro a valorizar a moda Brasileira e com isto o industrial brasileiro percebe a sua oportunidade de negócio e certeza de que o caminho a tomar é o da criatividade e dinamismo industrial. Todos os criadores emergentes como Alexandre Herchovitch mostram o potencial dos criativos de moda, e a possibilidade de multiplicação de oportunidades para jovens criadores conseguirem ter o seu estilo próprio e lutarem pela fasquia de mercado correspondente.
Com todos os ingredientes necessários ao sucesso, a moda brasileira é por isso uma das mais promissoras mundialmente, e no meu ponto de vista, aquela que mais surpresas vai trazer nos próximos anos…

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